A arte como respiro
" A arte como respiro"
RITUAIS VIRTUAIS
Nunca tive medo do caos,
sou o próprio caos
construído, maquiado,perfumado, montado, desmontado, destruído
Eu em mim ,eu em mil
mil de mim,
mil por mim.
Estar comigo não me assusta,
estar comigo te assusta.
Você é um pavão, com pavor
uma pá em vão
sem paz..
A arte me traz paz.
A arte me traz pão,
ar, ter
o ar que eu tenho
o ar que eu te empresto,
o ar que eu te dou.
Sempre fui ilha isolada,
isolada em espinhos que saem da tua boca,
o que muda agora que somos todos ilha?
Como você se sente agora, sendo eu?
Como você se sente agora sendo caos sem nada, e com tudo que você construiu aí ?
Como você se sente com todas as muralhas que você construiu para te proteger?
Como você se sente agora, sendo e vendo o lado de fora?
Eu sempre fui o lado de fora
Eu sempre estive aqui
E embora eu tente e quase consiga entrar aí, eu nunca farei parte disso,
porque eu sou o caos,eu sou quem não consegue ser outra coisa ou outra pessoa, a não ser o caos…
Como você se sente agora tendo tudo que quis a tua volta, na tua mão?
Como você se sente agora sendo tudo que quis ser, mas não pode mostrar a ninguém?
Como você se sente agora?
Como é ser o lado de fora?
Como é ser o lado dentro?
Como é ser?
Sempre estive aqui, e embora eu tente e quase consiga entrar ai, nunca farei parte disso
porque eu sou o caos,
eu sou que não consegue ser outra coisa, eu sou quem não consegue ser outra pessoa
Me responda: quando você esteve junto a mim?
Me responda: quando você quis estar junto a mim
Você já quis ser como eu?
Você já quis ser eu?
Você consegue ser outra coisa ou outra pessoa?
Eu sou o ar , eu sou arte,da cabeça aos pés.
Valéria Barcellos
Instagram @valeriabarcellosoficial
Texto poema que faz parte do videoarte "Rituais Virtuais" contemplado pelo itaiu cultural edital emergencial
" A arte como respiro"
https://www.itaucultural.org.br/secoes/videos/rituais-virtuais-festival-arte-como-respiro