Coletivo Indra

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A história universal apenas começa

Pego na mentira, o ex advogado da família bandida diz: “Eu disse à TV Globo que não sabia que o Queiroz estava lá na quinta-feira somente. Ele não me avisou, não somos casados". E também afirma que Queiroz pode ser assassinado na prisão para culpar o presidente. Mas, não sei por que, tenho a sensação de que um plano é revelado como uma cortina de fumaça... 

Relatório do TCU mostra que 620 mil pessoas receberam auxílio emergencial sem ter direito, entre elas:

- uma mulher com casamento marcado no Caribe;

- uma “cidadã de bem” conhecida por dirigir carros luxuosos em sua cidade e sua filha que já fez protesto contra corrupção, e que se divertem ao telefone rindo muito por terem conseguido o auxíliosem precisar nem de longe; 

- um empresário diz que se inscreveu e recebeu o dinheiro “só para brincar”. 

Afinal de contas que mal tem rir da desgraça alheia enquanto pessoas verdadeiramente necessitadas, para quem 600 reais não resolvem a vida mas salvam o mês, continuam passando enorme dificuldade por terem sido reprovadas na análise do beneficio.

O mundo chegou a dez milhões de casos e quinhentas mil mortes por conta da Covid-19, mas, no Brasil, vemos o comercio abrindo e as pessoas nas ruas, parques e praias de diversas cidades fazendo uso da flexibilização.

Diante de tanta loucura, desumanidade, irresponsabilidade, egoísmo. Diante de falas absurdas que clamam por intervenção militar com um insano no comando, eu me recordo, consolo e me fortaleço com os ensinamentos dos meus mais velhos, dos nossos bakulos, como Milton Santos num trecho do espetáculo BAKULO OS BEM LEMBRADOS da Cia dos Comuns em 2005.

Pois a estrutura ocidental excludente que possibilita exemplos vexatórios como os acima mencionados, ruiu. Aceitemos. E nos coloquemos na direção de uma construção de mundo que parta de outros princípios calçados não no lucro, mas na vida, no próximo, na existência e não na sobrevivência. Eu fico com Milton Santos:

“Queremos fazer uma reflexão independente sobre o nosso tempo

ter um pensamento sobre os seus fundamentos materiais e políticos. 

Temos vontade de explicar os problemas e dores do mundo atual e 

apesar das dificuldades da era presente, queremos também

ter razões objetivas para continuarmos vivendo e lutando.

Temos convicção do papel da ideologia 

na produção,

disseminação,

reprodução

e manutenção da globalização atual.

Diante dos mesmos recursos atualmente existentes

tanto é possível continuar a fazer do planeta um inferno,

como também é viável realizar o seu contrário.

Daí a relevância da política, isto é, da arte de pensar mudanças

e de criar as condições para torná-las efetivas.

Estamos convencidos de que a mudança histórica em perspectiva

virá de um movimento de baixo para cima.

Os atores principais serão os países subdesenvolvidos

e não os países ricos.

Os deserdados e os pobres

e não os opulentos e as outras classes obesas.

O indivíduo liberado e não o discurso único.

É preciso que se entenda porque a globalização atual é perversa

Fundada na tirania da informação e do dinheiro 

na competitividade,

na confusão dos espíritos,

e na violência estrutural.

A globalização atual acarreta o desfalecimento da política feita pelo estado

e impõe uma política comandada pelas empresas

Podem objetar-nos que a nossa crença na mudança do homem é injustificada

mas acreditamos não ser a globalização atual irreversível.

Estamos convencidos de que a história universal apenas começa”.

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Tati Tiburcio

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