A quem interessa a desmoralização do discurso sobre as questões raciais?

A quem interessa colocar as ações equivocadas de meia dúzia de pessoas negras como parâmetro para validar ou invalidar uma construção histórica, que passa por figuras como Lélia Gonzales, Milton Santos, Abdias Nascimento, Sueli Carneiro, e tantos outros?

Apenas ao racismo e os mantenedores desse pensamento – conscientes ou não disso – e a ninguém mais!

E as estruturas do racismo são tão danosas, profundas e orgânicas que se reinventam a cada passo que damos na direção de construir uma mentalidade social em que ele não seja o elemento norteador de nossas ações e comportamentos.

E da mesma maneira que nos fortalecemos na batalha, ele se fortalece na resistência. Por isso devemos estar atentos na nossa caminhada, seja ela pelo caminho que for. Na luta mais direta, nos embates mais sutis, não importa! Precisamos estar atentos nas estratégias para nos mantermos a frente de sua resistência. 

E engana-se quem pensa que esse esforço é apenas nosso, dos negros.

O racismo e seus desdobramentos é um mal que afeta a todos nós, de diferentes maneiras. Sem exceção para suas terríveis consequências. Perdemos todos.

Justamente quando começamos a nos fortalecer na luta, mesmo diante de nossas diferenças, somos empurrados, envolvidos – ingenuamente, prefiro acreditar – e recebemos a queda. Levando conosco aquilo que acreditamos e que tão arduamente defendemos.

Mas a guerra é assim: perdemos umas batalhas, ganhamos outras, damos uma pausa para sanar as feridas, entender qual a melhor estratégia para a próxima e assim seguimos. 

Vamos a próxima batalha!!!!

Tati Tiburcio

Instagram @tati_tiburcio