Coletivo Indra

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Escola e Família

O que podemos trazer da vivência que nossos filhos tem na escola para a convivência de dentro de casa?

Hoje trago aqui, uma ideia de inclusão: entre a vida na escola e a vida dentro de casa.

Por que será que a Rodinha é tão atrativa para as crianças? É que nesta hora é que acontece uma conversa de como será o dia e do que irão fazer, ou sobre qual projeto irão executar durante o semestre, ou de qual comportamento é legal ou não. É nesta hora também que tem o momento leitura de livros, ou de conversa sobre como as férias ou o final de semana foram.

Esses momentos de troca de idéias nos conquistam, refiro-me às crianças e aos adultos, pois são neles que sabemos que existem ideias iguais ou diferentes das nossas, podendo assim ter uma noção de como o mundo é grande, diferente e lindo.

Sabemos que hoje em dia a vida das famílias é cada vez mais agitada com a correria do dia-a-dia. Muitas vezes nem vemos ou conversamos com nossos filhos, simplesmente o dia passa, os problemas surgem, os obstáculos inesperados tomam o tempo, a noite chega e todos dormem.

O dia termina e não temos ideia de qual assunto conversar com os filhos, e no fim, talvez nem a cor preferida sabemos mais, pois a mudança é constante, e muitas vezes, diante de tanto corre-corre, nós nem lembramos de perguntar. Diante desta situação, eu pensei em fazer umas cartinhas com determinados assuntos, a fim de facilitar aquele dia-a-dia corrido e desesperado, cheio de problemas.

Estas cartinhas com os assuntos que eu criei, talvez apenas sejam úteis aqui em casa, porém, minha proposta é que cada família crie as suas cartinhas, com intenção de fazer com que todos se reúnam, sentem, num horário do dia, talvez antes de dormir seja o mais apropriado para algumas famílias, talvez outras prefiram os horários do café da manhã ou almoço.

O que importa é que os assuntos sejam para a família sentar toda junta, sem exceção, e ter uma troca de pensamentos e assim, os filhos já vão crescer com o pensamento e com percepção de que também são ouvidos, de que existem gostos iguais e diferentes, opiniões diversas, mesmo dentro da própria família.

Talvez você se surpreenda, assim como eu, com algum pensamento tão inusitado, surpreendente das crianças, ou com outro tão realista.

OS FILHOS NOS ENSINAM, POIS TAMBÉM TEMOS MUITO QUE APRENDER COM ELES.

Este momento, rodinha em família, não deve ter recompensas, não deve ter prêmios ou punições, também não deve ser algo obrigado, e sim conquistado, pois uma conversa saudável nunca deve ser forçada, deve ser respeitada, pois cada um tem o seu tempo. Cada um tem seu tempo de falar, de pensar, de ouvir, e tudo isso deve ser respeitado neste momento.

Vou citar aqui, um momento de rodinha que tive com minha família, e que deu super certo para nós, e que deve ser ajustado por você para ser inclusivo na rodinha com sua família. Fizemos uma rodinha, eu, marido, dois filhos. O bolinho de cartas deve ficar virado para baixo, no centro da rodinha. Eu iniciei tirando a primeira carta, e meu marido que estava do lado iniciou a conversa com a opinião dele, em seguida foi meu filho, minha filha e depois eu dei minha opinião. O interessante é que, dependendo da cartinha, todos querem falar juntos, pois se empolgam, é nesta hora que temos que mostrar que cada um tem seu tempo de expor suas opiniões e que devemos respeitar o momento de cada um. Após todos colocarem os seus pensamentos sobre aquela cartinha que eu li, meu marido pegou uma cartinha e deu sequência ao momento rodinha, logo após foi meu filho, minha filha, eu, e assim vai até terminarem as cartas.

Este respeito, no momento da rodinha,  com os pais ou responsáveis, irá educar a criança para respeitar todas as pessoas que com ela irá conviver na vida, pois uma conversa que começa com respeito em casa, se torna um ensinamento muito valioso para toda a família, tanto no presente quanto no futuro.

Acredito que trazer um pouco do que acontece na escola para dentro da nossa casa, só traz mais conexão entre a escola e a família, e isso gera mais segurança nas famílias e consequentemente nas crianças também.

Não podemos esquecer que o diálogo traz muita tranquilidade e segurança para uma criança, tornando ela um ser forte para viver a vida dela com mais coragem, autoconfiança e com menos incertezas, sempre.

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Gostaria de agradecer a Dra. Haydê que me indicou para escrever aqui no Blog o texto Apego x Autonomia. Quero agradecer por Gaby Haviaras pelo convite para escrever este texto de hoje, fiquei muito honrada. Muito Obrigada!

Agradeço também a Prof. Gabriela Cagnini e Prof. Rafaela Oreano Medeiros, duas Pedagogas que admiro demais e me dão muitos ensinamentos sobre esta linda profissão, inclusive me ajudaram com dúvidas que eu tive sobre o convívio em sala de aula.

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Adriana Baron de Simas

Mãe e Estudante de Pedagogia

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