Coletivo Indra

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Isso muda tudo!

Mais uma vez a gente se depara com discussões públicas sobre a ideia de que a figura de um beijo entre dois homens ou um beijo entre duas mulheres é capaz de influenciar as crianças, adolescentes, pessoas adultas, seja lá o que for...

Eu não sei quanto a vocês, mas eu cresci vendo troca de carinho, abraços, beijos, cenas de sexo entre homens e mulheres, na tv aberta, no shopping, no parque, no metrô e na rua, e nada disso determinou quem eu sou.

Não vou aqui dizer que uma imagem como essa não é internalizada em nós. Tendo em vista que somos seres sociais, tudo aquilo que consumimos tem sim a capacidade de formar nossos gostos, preferências e escolhas.

Bom... a gente aprende desde sempre que o normal é ser hétero e cis, não é pessoal?

Pelo menos é desse mundo que eu venho e foi isso que eu aprendi na escola, na tv, nas novelas, nos comerciais, ou seja, em tudo aquilo que eu consumo desde pequena.

Então não é sobre influência que a gente precisa falar.

A palavra-chave aqui é “representatividade”.

Quando a gente vê uma propaganda, uma peça, um filme, uma novela...ou quando a gente lê um livro ou um gibi com “a nossa galera” lá, isso muda tudo!

Muda tudo, porque até então a gente acreditava de verdade que tinha alguma coisa errada com a gente...

Não é por acaso que o movimento “come out” (sair do armário) vem vindo com uma força importante. Mas para muitas pessoas, e talvez para a maioria de nós, o processo de se entender como “normal” é penoso e passa por diversas fases: a negação, a busca por uma possível cura, a busca por ajuda, a busca por iguais, a auto aceitação e a busca por aceitação social.

Ver que existimos para além do nosso quadrado é muito importante!

Ver que estão se lembrando de nós é muito importante!

Ver que nossas vozes estão ecoando é muito importante!

Fernanda Darcie

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