Coletivo Indra

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Mãe Jovem

SER JOVEM É QUERER DESCOBRIR A SI MESMO, É SABER QUEM EU SOU, DE ONDE EU VIM, PARA ONDE EU VOU E ONDE EU QUERO CHEGAR.

Porém, ser mãe jovem é não saber nem uma dessas respostas exatas, e ainda assim mostrar ao filho uma direção! É ouvir os mais velhos para saber que rumo tomar, qual o melhor ou o mais correto caminho.

O que achei mais correto para por em prática na minha vida, foi o que uma irmã disse: crianças são telas em branco, onde nós, pais pintamos obra de arte. Quer dizer que eles serão o que você é, por seus exemplos que você vai dar na vida. Eles são na verdade uma obra contínua, não sabemos onde vai dar, não tem como saber o final antes deles serem adultos, mas acompanhamos a trajetória. É que nós somos também apenas amadores da obra de arte chamada vida.

Aí falamos da maturidade, quando ela chega?

A maturidade vem junto com a responsabilidade, e responsabilidade quer dizer uma certa privação da liberdade! E eu, mãe jovem, como todos os jovens amo a liberdade, e com toda essa responsabilidade estava me sentindo presa. Mesmo tendo sido uma escolha minha.

Mas as pessoas romantizam muito a maternidade, quando de fato não é bem assim.

Com 16 anos eu me vi sozinha com um bebê, que acordava a noite, quando tudo que eu queria era apenas dormir uma noite inteira como as meninas da minha idade. No fim de semana eu queria sair como as meninas da minha idade, mais eu tinha um filho e por falta de responsabilidade e maturidade acabei deixando inúmeras vezes com a vó. Eu queria ser “livre”, saber quem era eu e do que eu gostava, queria saber qual era meu estilo, meu espaço no mundo. Não conseguia escolher nada, defender minha causa, minhas escolhas, eu estava perdida nesse caminho onde eu tinha que guiar meu filho.

Um dia eu tive que escolher! Tive uma mudança de país e não muito tempo depois veio o segundo filho. Em um pais que o aborto é legalizado e um bebê não era esperado, eu escolhi que ele ia nascer. E no meio dessa estrada, onde estava conduzindo perdida, me encontrei. Eu não tinha mais mamãe. Só eu e duas crianças, então veio a insegurança de ser ou não capaz. Creio que com este questionamento dei um paço para a maturidade e a autoconfiança. Vieram respostas de muitas questões antigas, e veio aquela tal liberdade me fez intender que sair, beber, deixar meu filho com a vó se chama “irresponsabilidade”.

Liberdade é outra coisa! Liberdade de expressão, de escolha, a liberdade está na minha cabeça, e no meio do caminho eu estou constantemente descobrindo quem sou eu, de onde vim, para onde vou, onde quero chegar e que meus filhos me acompanhem e sigam suas histórias, os orientando agora para não serem perdidos como eu amanhã.

Com isso, o meu sonho de morar sozinha eu consegui! Mais ainda não consigo deixar o cereal só para as crianças, eu como junto com eles, como também não consigo levantar cedo no fim de semana, não consigo manter a casa organizada 24h.

Mas sou mãe e ser mãe jovem é amar o espelho e ser espelho de alguém que te acha a pessoa mais especial do mundo. É ser a super heroína delas e ainda ter um super-herói favorito, é assistir desenhos com eles em quanto tem uma mamadeira e dois pratos pra lavar, é dormir por último e acordar em primeiro porém, nem sempre ás vezes o filho vem te acordar, é colocar as crianças na cama e chorar no banho de tanto cansaço, mais também é não se separar deles por nada, é cresce com eles, é conhecer o amor incondicional, é ser mãe!

Joana Thamila

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JOANA THAMILA DA SILVA, 22 ANOS

ESTUDANTE DE FRANCÊS

@joannathamilla

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