Coletivo Indra

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Não deixe para amanhã o abraço que você pode dar hoje

Imagem da internet

Existem dois episódios tristes na história do esporte que até hoje deixam cicatrizes e me partem o coração. O primeiro, a morte do tricampeão mundial de fórmula 1, Ayrton Sena, que sofreu um acidente fatal durante uma corrida em Ímola na Itália, no ano de 1994. O segundo, o acidente com o avião da Associação Chapecoense de Futebol, a Chape, vitimando setenta e uma pessoas, dentre atletas, membros da comissão técnica, dirigentes, jornalistas, convidados e tripulantes, deixando ainda, milagrosamente, seis sobreviventes. 

 Há exatamente três anos, no dia 28 de novembro de 2016, às 21h58, horário local da Colômbia, madrugada de 29 de novembro de 2016, mais precisamente às 2h58 no horário de Brasília, acontecia uma tragédia que seria considerada a maior já ocorrida com uma delegação esportiva.  

 Lembro como se fosse ontem, de acordar com várias mensagens no celular de amigos e familiares avisando do ocorrido e ao ligar a televisão, dar de cara com a imagem dos destroços da aeronave. Fiquei incrédulo por alguns minutos até me recompor e sair em busca de maiores informações, que a cada hora eram as piores possíveis. 

 Com certeza, não há o que se comemorar nessa data, entretanto gostaria de utilizar o espaço para prestar uma singela homenagem aos que partiram no fatídico acidente aéreo, fazendo da lembrança, a justa homenagem aqueles que perderam suas vidas no desempenho de suas atividades profissionais. 

 Como já comentei no meu primeiro texto, tive a oportunidade de trabalhar por pouco mais de uma década em um clube de futebol, lugar que te oportuniza conhecer muitas pessoas. Dentre os passageiros da fatídica viagem, se foram amigos de trabalho, da imprensa e dirigentes. 

O que deveria ser uma viagem de conquista e festa, onde um clube de futebol de um estado pequeno e fora do eixo Rio-São Paulo, disputaria uma final internacional inédita, transformou-se em tragédia que destroçou famílias. Pais, filhos, familiares e amigos se foram. Pais, filhos, familiares e amigos, ficaram. O acidente, chocou o país e o mundo, foram dias de angústia e tristeza.

 As histórias, a indignação, o inconformismo, a tristeza, a dor, tudo poderia ser compartilhado e narrado em muitas páginas, entretanto a ideia nesta data é somente desfrutar das boas lembranças dos que partiram. 

 Lembrar os grandes guerreiros, é homenagear aqueles que deram a vida lutando por seu trabalho, sua família, seus amigos, é não apagar da memória a história de cada um deles. 

Confesso que é difícil escrever palavras sobre o episódio sem lágrimas, ao mesmo tempo que escrevo, faço aquela reflexão de que estamos aqui só de passagem, que a vida é um sopro e que a qualquer momento podemos partir para outro plano. 

Por isso, devemos aproveitar ao máximo nosso precioso tempo nesse plano para estar próximo das pessoas que amamos, bem como não desperdiçá-lo, pois a única certeza que temos em nossas vidas é que um dia iremos partir, e esse dia não tem hora marcada.  

 Finalizo com um velho ditado que devemos praticar a cada dia de nossas vidas: “não deixe para amanhã o abraço que você pode dar hoje”. 

 Marcelo Haviaras

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