Coletivo Indra

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O FIM DAS FRONTEIRAS

Aquecimento global

Já não há mais nenhuma dúvida: é a ação humana que está afetando profundamente a temperatura do planeta. 234 especialistas de 66 países assinaram relatório da ONU que aponta efeitos alarmantes das mudanças climáticas causadas pelo homem.

Há comprovações irrefutáveis tanto físicas, quanto químicas, quanto biológicas, de que não se trata mais de uma questão do futuro. É, mais do que nunca, para já! 

Jogamos 40 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa por ano na atmosfera. E a população segue aumentando, ávida por um consumo predatório e por um nível de conforto que são inviáveis para um planeta com recursos finitos.

Um primeiro aspecto, que nos toca diretamente, é a Amazônia, bioma central para a manutenção do equilíbrio do planeta. O que coloca a necessidade da discussão sobre a incapacidade dos países lidarem com a magnitude do desafio global.

Todos os países compartilham a mesma atmosfera. Não há como reverter a situação com atitudes isoladas. O aquecimento é o primeiro evento global que afeta todo os habitantes do planeta, independentemente de como agem ou de onde estão.

Assim, é chegada a hora de enfrentar uma discussão que poucos estão preparados para ter: o fim das fronteiras.

Quando a palavra globalização se popularizou, trazia promessas de grandes avanços ligados a uma ampla e inédita conexão. Mas a mão pesada do capitalismo decidiu que tais avanços seriam privilégio de apenas uma parcela da população e estabeleceu novas fronteiras, agora virtuais, entre quem tem e quem não tem acesso à internet.

Enfim, a única alternativa para diminuir o impacto do aquecimento não só sobre os seres humanos, mas sobre toda a diversidade existente no planeta, é uma ação global de eliminação das fronteiras físicas e virtuais aliada à transformação do padrão do consumo.

Mais do que nunca, precisamos aprender com os povos tradicionais: não há territórios, e, sim, uma grande e sagrada Terra.

Que é, ao mesmo tempo, mãe e casa de todos nós. Aliás, por falar em casa, precisamos aprender, também, que economia e ecologia não são conceitos antagônicas. Ao contrário, ambas iniciam com o mesmo radical “eco”, que também significa casa, domicílio.

Enfim, será que estamos preparados para estas transformações? Ou vamos optar pela outra opção que é enfrentar os efeitos desastrosos que virão? Aliás, que já estão aí...

Renato Farias

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