O FUTURO VOLTOU
Nem todo mundo que lê sabe, mas este texto faz parte de uma coluna quinzenal. Essa coluna pertence a um blog. Esse blog é uma das ações de um coletivo.
Esse coletivo tem uma fundadora, que idealizou uma plataforma para que escritas e vozes diversas pudessem se encontrar, provocar-se mutuamente e refletir o momento em que estamos. Sem perder de vista o mundo que queremos construir.
E essa idealizadora tem um parceiro. Que não só estimula suas criações, como se coloca, horizontalmente, a serviço para que as coisas aconteçam. Portanto, são verbos fundamentais para que um sonho possa nascer: idealizar, organizar, encontrar, provocar, refletir, realizar!
“Esses dois acabam de trazer para a vida um bebê!”
Sei que o nascimento de um bebê é uma situação que acontece com frequência em todas as partes do mundo. Mas me permito dividir a alegria desse nascimento tanto pelo aspecto pessoal, quanto pela dimensão que passou a ter a celebração de um nascimento num momento em que, perigosamente, estamos amortecidos com notícias diárias de milhares de mortes evitáveis.
E eis que surgem outros verbos fundamentais: desejar, planejar, conceber, esperar, preparar, acolher, cuidar. O processo que envolve o nascimento de um bebê desejado é tão prosaico quanto complexo. Há coisas que são naturais, que devem ser observadas e respeitadas. Mas há, também, uma infinidade de outras coisas que precisam ser pactuadas, construídas para que tudo ocorra, o máximo possível, em harmonia.
Pude acompanhar tudo isso, mesmo a distância, na parceria desse casal que, agora, expandiu nossa família. Expandiu nossa família pessoal, a família desse blog, a família da Companhia de Teatro Íntimo, a família das pessoas que agem pra que possamos nos reconectar com a esperança.
Aliás, lembro fisicamente da emoção que senti quando recebi a notícia da gravidez: gritei para mim e para eles que o futuro havia voltado!
Nos primeiros meses da pandemia estávamos perplexos. Com o passar do tempo, fomos ficando assustados e anestesiados com tanta maldade perpetrada intencionalmente. Maldade que até hoje, e por algum tempo ainda, segue reverberando em dor, sofrimento e morte. E eis que uma notícia, prosaica, comum, que ocorre desde que o mundo é mundo, nos devolve o futuro.
Sigamos atentos e fortes na luta contra toda essa barbárie que se impôs.
E, sempre que possível, façamos uma pausa para celebrar a vida também!
Obrigado, Gaby. Obrigado, Everton. Obrigado pelo futuro!
“Seja bem vindo, Jorge Kenzo! “
Renato Farias
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