O protagonismo negro na gastronomia
Olá a todos, aproveitando nossa semana Protagonismo Negro resolvi falar falar do protagonismo negro na gastronomia brasileira!
E se tratando do Brasil, é impossível falarmos da nossa gastronomia sem pensar na influência africana. Mas e dentro das cozinhas de hoje, onde você acha que há representatividade de negros e negras?
A famosa "comida brasileira” não existiria sem o tempero, técnica e criatividade de mãos de negros. Não teríamos pratos e ingredientes como: o dendê, que não pode faltar na moqueca baiana, a nossa feijoada de quarta e sábado, o camarão seco que usamos em tantos pratos, o xinxim de galinha toda a riqueza de pimentas e a força que elas trazem.
Foram as mulheres negras que construíram e criaram a cozinha brasileira e até hoje guardam o legado de terem transformado adaptado e criado receitas. E fato, elas foram as primeiras chefes de cozinha no Brasil, responsáveis por formar e moldar a nossa cozinha, e são uma das bases importantes das três culinárias que fundaram nosso país: indígena, africana e europeia.
Os negros tiveram, e têm hoje, uma importância muito grande na cozinha, não apenas naquela cozinha de restaurantes, mas na cozinha criativa e empreendedora, criando e vendendo produtos e fortalecendo a economia local.
Nós, brasileiros, temos uma alma criativa muito grande e o mercado de trabalho vai muito além daquele formal. Os pequenos e médios empreendedores são de suma importância para a economia local e são esses os empreendedores que, através de muito esforço e “jogo de cintura “, movem e mudam a realidade local.
Em São Paulo, por exemplo, temos vários desertos alimentares, mas o que seria isso?
Desertos alimentares são lugares onde os alimentos frescos são escassos e difíceis de achar. E é na quebrada que vemos vários exemplos de empreendedores negros que combatem esse problema transformando seu negócio em agente de transformação. É a gastronomia periférica que atua através da educação e formação de novos profissionais da quebrada.
A Agência Solano Trindade, que há mais de uma década, vem batendo de frente contra vários problemas locais e regionais com o Organicamente (mercado de orgânicos) é um exemplo de empreendedorismo e transformação. Leva produtos orgânicos frescos para o Campo limpo e, recentemente, abriu a cozinha da tia Nice com o Organicamente rango. Leva alimentação de qualidade a preços populares com uma cozinha inclusiva que usa não apenas ingredientes orgânicos, mas também PANCS (plantas alimentícias não convencionais).
Diego Santos
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