O que faço com meus filhos em casa?
O QUE FAÇO COM MEUS FILHOS? O QUE FAÇO COM MEU MARIDO E ESPOSA? NUNCA MAIS TÍNHAMOS ALMOÇADO JUNTOS! NUNCA MAIS CURTIDO NOSSOS FILHOS COM TEMPO? O QUE VAMOS LEVAR DESTA EXPERIÊNCIA PARA A VIDA?
Estamos aqui em meio a quarentena ainda! E posso dizer para vocês que nunca trabalhei como antes....
No meu ultimo post aqui compartilhei com vocês a minha pesquisa e estudo, junto com a comissão homeopática, sobre remédios homeopáticos para o Covid-19. E na noite que postei o texto, o Governador do Estado de Santa Catarina foi em coletiva de imprensa confirmar que o estado vai adotar o protocolo homeopático na rede pública de saúde. Salvo a burocracia e o tempo que vai acontecer, mas já foi uma grande vitória, agora é aguardar os trâmites burocráticos para colocar os protocolos em prática.
Mas nem só de estudos está minha quarentena em casa. A outra parte são os atendimentos e acolhimentos para as famílias de meus pacientes, com crianças em casa há aproximadamente 15 dias e o nível de estresse e de necessidade de ajuda aumentaram. Então resolvi nesta coluna de hoje propor algumas dicas e sugestões para pensarmos o que fazer em família, e vale para casas com crianças ou sem:
ROTINA
Ficar sem fazer nada, pode gerar tristeza e ansiedade. É importante estar com a mente ocupada.
Neste momento de isolamento social é extremamente necessário impormos uma rotina em casa. Há crianças que estão tendo a oportunidade de manter o estudo a distância outras não, mas em ambos os casos precisamos manter horários: de acordar e dormir, banhos, refeições, entretenimento na tv, celular e jogos, leituras, atividade física e brincadeiras. É bom lembrá-las que não estão de férias, até porque férias podemos brincar nas ruas, dormir fora de hora, ir na casa dos avós, viajar. E a manutenção da rotina das crianças ajuda também a organizar a rotina de muitos pais que estão trabalhando via home office, e precisam cumprir seus compromissos.
DIÁLOGO
Outra coisa importante para praticarmos mais com as crianças neste momento é o diálogo, as conversas. Conversem com elas sobre o que está acontecendo, claro que resguardando o nível de consciência de cada uma, mas falem o que é o isolamento, a importância deste momento, que está acontecendo no mundo todo. Converse sobre sentimentos, perguntem o que estão sentido e compartilhem o que sentem: saudades, medos, esperança, ansiedades. Falar sobre seus sentimento é uma forma de ajudar a entender o que elas estão sentindo também, pois é difícil aprender e olhar para o que estamos sentindo. Mas quando seu pai ou sua mãe fala: "filho eu também estou sentindo um monte de coisa, também tenho medos, mas estamos todos juntos aqui", é uma forma de acolhimento.
E uma coisa muito importante, não deixe as crianças assistirem e acessar muitas informações sobre a pandemia, como jornais e informativos ligado o dia todo na TV. Este excesso de informação é tóxico para todos, causa ansiedade e medo. Conte para elas apenas o necessário, mas não deixe de conversar sobre o que estamos passando.
Uma paciente minha, que estava com a mãe envolvida no protocolo da saúde, num sítio com a família, onde havia espaço e piscina, disse para a mãe que precisava falar comigo, porque via a mãe constantemente falando comigo on line. Estava com saudade do apartamento dela no centro, porque lá no sítio tinha muito mosquito. Queria saber se podia levar os mosquitos de lá para comer os vírus de seu apartamento no centro!!!!!! Muito criativa. Bom que fosse isso. !!!!
O fato de estarmos em casa por 24h em convívio familiar é uma proposta de repensarmos nossas relações e conversas dentro deste "primeiro" coletivo que fazemos parte!
TELAS
Vocês sabem o quanto eu bato neste assunto do uso dos celulares e outras telas. Mas temos que assumir que com este isolamento nós estamos mais nas telas: computador para quem está trabalhando, tv, tablets. E com isso tem crianças "aproveitando" e ficando mais tempo que o normal porque estão mais em casa. Volto a falar da rotina, é importante colocar horários para o uso das telas, porque depois quando sairmos desta fase o nível de dependência pode piorar. Para isso será necessário criar outras rotinas: brincadeiras manuais, cozinhar e ajudar a organizar a casa com os pais, praticar atividade física com os pais, leituras com irmão e pais levando a uma conversa sobre o que foi lido, jogos de tabuleiro, baralho e outras possibilidades dentro da realidade de cada casa.
Uma dica aqui é que há no youtube algumas práticas físicas para crianças: yoga, pilates e RPG.
CRIATIVIDADE
As crianças são nosso poço de criatividade! E a nossa criatividade aumenta quando se criam outras necessidades. Perguntem para elas do que querem brincar, inventem outras brincadeiras com o que tem em casa: papéis, canetas, lixo reciclado, jogos antigos, brinquedos quebrados para reformar. Fazer casas de caixas de leite, garrafas pet, móveis de palitos de picolé e de dentes, criem juntos! É hora de brincar junto!
Brincar de comidinha. Vestir as crianças de garçom para servir o jantar, fazê-los arrumar a mesa para o jantar, ajudar nas tarefas da cozinha. Há outras formas de aprender sem ser na escola, português, matemática, historia. Estes aprendizados podem ser mantidos em casa de outras formas: levar as crianças para cozinhar (com todos os cuidados), é uma ferramenta para falar de química e experiências, mexer nas plantas pode ser a sua aula de biologia, contar uma história de uma figura histórica ou de um país que vocês queiram conhecer é uma aula de história!
Sei que não está sendo fácil para muitos pais que estão trabalhando em casa. Com aulas on line, todas as tarefas e responsabilidades são só dos pais, não vai dar para delegar nem para a escola nem para as pessoas que nos ajudam com nossos filhos. E creio que muitos realmente já não sabem ou perderam o jeito de ensinar. O jeito de acessar as coisas é diferente. Nestes últimos 10 anos o ensino mudou muito. Então sabemos que, para alguns pais que estão cumprindo suas tarefas em casa está mais difícil construir esta rotina .
Mesmo as crianças maiores estão com saudades dos amigos, da bola, da aula de natação, dos papos na caçada, dos namoricos. O tempo passando e o nível de stress aumentando nas famílias, por conta do confinamento, por insegurança com a doença, e por questões financeiras que atingirão muitas pessoas.
Penso que estamos sendo convidados a repensar coisas nas nossas relações, conversas, criação dos nossos filhos, hábitos, afetos e aumentarmos nosso lastro de paciência. O caminho é conversar e entender que cada um vai ter seus momentos de saudade, tristeza, tédio, ansiedade e com o diálogo fortalecermos o entendimento de cada indivíduo desta casa e podermos nos dar colo e nos acalmarmos.
A ideia principal aqui é que você tenha consciência de que podemos estar isolados em casa, mas continuamos rodeados de pessoas na mesma situação. Existem canais de comunicação para conectar todos e ter momentos sociais. Nessa hora temos que tirar proveito de toda tecnologia que temos em mãos e que pode nos proporcionar esses momentos: marque encontros virtuais com os amigos, um grupo de estudos, leia em grupo e discuta, assista filmes que sempre quis assistir. etc. Tenho certeza que as crianças jamais vão esquecer todos os novos aprendizados e brincadeiras com os pais em casa, até porque elas sempre querem ficar com os pais e agora estão aproveitando, então que seja com consciência e amoroso!
Conte aqui nos comentários dicas e como você está lidando com seus filhos, seu depoimento pode ajudar outras famílias....
Com amor e paciência....
Hayde Haviaras
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Adriana Baron que é educadora escreveu e mandou-nos um vídeo
E deixo aqui um texto do Francesco Tonucci, Psicopedagogo Italiano