Política e ato de escolha
Sou nascido em 13 de fevereiro de 1976, portanto filho da era analógica.
Em tempos de aniversário me observo saudoso em relação as pessoas e circunstâncias já vividas, mas de uma forma geral completar mais um VERÃO é algo positivo para mim.
E dentre os saudosismos, recordo o quanto o acesso a informação na era analógica estava restrita a biblioteca pública, Barsas e Atlas (de vizinhos mais abastados), jornais e livros (de familiares e amigos que cultivavam o hábito da leitura).
O peso da educação não formal era maior que nos tempos atuais. A transmissão de ensinamentos por via oral ou vivência tinha seu lugar e respeito.
Saudosismos a parte, muito embora ainda não vivemos como os Jetsons, a tecnologia esta presente em nossa rotina diária bem como democratizou acesso à informação.
Trabalho com tecnologia da informação desde 1994, aliás tempo em que sequer existia o termo que acabo de utilizar. Por ser um privilegiado, me recordo das discussões sobre a democratização da informação através da tecnologia, algo que sempre desconfiei por acreditar que seria mais um gerador de desigualdades em uma sociedade construída base tal princípio.
E o que fazemos com este ativo poderoso que carregamos na palma de nossas mãos?
Quantas horas dedicamos as Mídias sociais? Localizações? Pesquisas de preços? Comidas?
Qual o impacto desta tecnologia na educação dos nossos filhos? Na convivência familiar?
Qual sua vivência com a tecnologia?
Em meu entendimento , o acesso poderoso e democrático a informação NÃO nos tornou uma sociedade mais equânime. Pelo contrário, cada vez mais percebo que estamos DESINFORMADOS e AUSENTES de circunstâncias vitais a vida em sociedade e família. Mas NÃO me recordo de pessoas empoderadas na época analógica. Qual a sua lembrança?E é com este poderoso acesso à informação, via smartphone, que tenho o privilégio de confrontar todas as minhas ignorâncias: masculinidade tóxica, preconceitos, diversidades sexuais, construções familiares diversas, protagonismo negrx, educação não formal, opiniões de colunistas, trabalho de coletivos e assim ir construindo minha opinião para ter a base necessária de atuação individual e coletiva.
Cada escolha é um ato político.
Everton Asao
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