Coletivo Indra

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Separação Necessária

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Os artigos que escrevo no Blog  acabam vindo das experiências que vivo no dia a dia no consultório. Mamães preocupadas com a fase de separação de seus bebes, pois  precisam voltar ao trabalho e sofrem muito por isto. Mais do que elas, sofrem os bebes, que mesmo não indo para a creche, sofrem a chamada ansiedade da separação que varia de 6 meses até 1 ano e oito meses, mas muitos bebes começam até com 4 meses.

Cada ser humano traz dentro de si uma bagagem e vivência da gravidez e isto influencia no seu comportamento.

Lendo o livro de Judith Viorst, Perdas Necessárias separei algumas idéias neste texto,  que ela nos transmite, para refletirmos.

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A ansiedade de separação é o nome atribuído ao sentimento de uma criança quando ela nota que está afastada dos pais, ainda que seja por poucos instantes. Ela faz parte do desenvolvimento e costuma ter seu pico entre o 8º e o 18º mês de vida. O início, no entanto, pode ser bem antes: já a partir do 4º mês, quando o bebê começa a perceber que a mãe é uma pessoa distinta dele, apesar de depender dela inteiramente e isso se transforma em um temor de que ela desapareça ou o abandone.

É comum que o bebê chore quando a mãe sai de seu campo de visão. Dizem as mães ”está na sala feliz com meu marido e eu não posso passar no corredor, já chora; parece grudado em mim”.

A presença da nossa mãe representa segurança. O primeiro temor que temos é de perdê-la.

A separação da mãe é um ato drástico para qualquer criança, mesmo que essa mãe seja péssima: de nossa mãe podemos suportar tudo, menos o abandono.

Mas muitas vezes nossa mãe é obrigada a nos deixar para trabalhar, para cuidar de suas tarefas domiciliares, para estudar. Ela nos abandona para ter sua própria vida e precisamos aprender a ter essa vida independente também. Precisamos estimular nossos bebês e crianças sobre o entendimento de autonomia. O que fazemos quando nossa mãe não tem outra saída a não ser nos deixar com outro cuidador? Com certeza sobrevivemos, mas dependendo de cada criança, isto pode se tornar um temor que pode marcar sua vida. As crianças longe da mãe podem apresentar problemas de alimentação e de sono, controle de esfíncteres e diminuição do numero de palavras.

Nossa conexão original, mãe + filho, é a conexão que experenciamos no útero e a ligação do cordão umbilical. Não temos lembranças conscientes de nossa vida no útero, nem de como o deixamos, mais um dia foi nosso e temos que sair deste local seguro e quentinho. Precisamos viver a vida lá fora e talvez essa seja nossa primeira e mais difícil renúncia. A perda do paraíso. Nosso  primeiro compartilhamento é com nossa mãe e fora do útero é através dos cuidados e amamentação.

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A ansiedade só diminui quando a criança compreende que a mãe sai de casa, mas volta e que a despedida não é definitiva. E isso acontece normalmente  aos três anos, ela consegue saber que apesar de estar longe da mãe, ela está viva e volta para ela. Até seu filho chegar lá, uma boa dose de paciência será necessária. É preciso também que você faça essa separação com firmeza, como se realmente aquilo é necessário e faz parte da vida de vocês. Quem trabalha fora e quer ser mãe, sabe que este momento vai chegar.  Se você entender isso dentro de você e passar segurança para a criança, provável que será mais fácil.

A ansiedade da separação inclui: o medo quando a mãe se ausenta, os perigos que terá de enfrentar sem ela e o medo de perdê-la novamente. Mais ou menos aos seis meses a criança consegue formar uma imagem mental da mãe. Como tem necessidades que só a mãe pode satisfazer, sente-se desamparada e desprotegida.  Os cuidados de um substituto, depois que ela fez o processo de transferência a ajudam a tolerar as separações.

Separações graves no início da vida deixam cicatrizes emocionais, porque atacam a essência da conexão humana essencial: o elo mãe + filho. Naturalmente a vida da mãe segue mesmo após o nascimento de seu bebe. Mas a maioria das separações normais, mantendo um relacionamento afetuoso, confiante e estável, dificilmente deixar cicatrizes no cérebro.

Os psicólogos dizem que o desejo de recuperar a bem aventurança no útero, aquela perfeita conexão, jamais é abandonada.  Num nível subconsciente, segundo alguns autores, sempre queremos voltar ao útero. Embora a ruptura da unidade primária seja inevitável, permanece como “um ferimento incurável que aflige o destino da raça humana”. Depois que damos inicio a separação da nossa mãe, se ela permanecer perto de nós teremos confiança para engatinhar, andar, sair para escola, para o trabalho, para o casamento, ter coragem de galgar espaços sem nossa mãe.

Se você está enfrentando essa situação em casa, mantenha a calma. Em cada fase, existem estratégias que você pode usar para ajudar o bebê a superar esse medo.

Com amor,

Hayde Haviaras

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Segue a minha indicação citada no texto e outras dicas do Coletivo Indra