500 mil mortos

Diário de Votuporanga

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Escrevo com sangue as dores no papel. nem nos piores filmes de terror poder-se-ia imaginar o tamanho da nossa catástrofe. nos despedimos de nossos mortos sem os ritos necessários e o vazio fica.

O vazio toma lugar na nossa existência. como pode nunca mais ver, abraçar, ouvir a voz daqueles que num dia estava bem, no outro fizeram a passagem?

Em tempos de internet, tudo vira meme, e, numa espécie de riso da própria desgraça, ficamos sabendo que o projeto genocida brasileiro está a todo vapor. Desde as dezenas de e-mails da Pfizer ignorados, até a insistência na imunidade de rebanho, passando pelos genocídios indígenas e negros.

Tudo temperado ao molho do facismo.

Nesse sentido me agarro no movimento de Sankofa e aprendo passos de resistência, permanência e continuidade com aqueles que vieram antes e viveram num antigamente também pesado e desumanizador. Assim, consigo perceber que lucidez, organização e foco são as bases para atravessar tempos tão incertos.

Toluna.com

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A realidade está tão bizarra que buscar a sensatez é premissa. A Ignorância está alastrada e Iku, a morte, está voraz. A lucidez ancestral me ensinou que ter autocuidado é a base para atravessar os tempos. Também aprendi que a meta é ficarmos vivos. Nada é mais revolucionário do que permanecer vivos. Então, se cuide. Use máscaras. não se exponha à toa. Você é um Sol Vivo e brilhar é o seu maior ato de afronta.

 Aza Njeri

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