Hora de pausar, refletir e tomar fôlego

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Esse é o meu último texto de 2020 dessa coluna.

Eu queria poder fazer retrospectiva e dizer que o ano foi bom. Mas não foi. Perdi muitas pessoas queridas, não só pro Covid. Decepções profundas aconteceram. E por mais que eu tenha tentado me manter sã, ver muitas pessoas negociando sua humanidade em aglomerações desnecessárias trouxe essa carga decepcionante. 

A saudade foi um sentimento forte por aqui.

Não pude viajar para ver meus irmãos e minha mãe só vi em junho. Nem vou comentar a falta que me faz sentar num barzinho no fim da tarde e só levantar na noite alta. E os abraços, encontros no Parque de Madureira, meus alunos na faculdade…

O cuidado, arte majoritariamente desempenhada por mulheres (sobretudo as negras), foi exigido em máxima potência.

Um ano para cuidar de crianças sem escola, de idosos vulneráveis e de homens sem emprego. Coube às mulheres saber repartir satisfatoriamente a comida da mesa, principalmente em tempos de arroz à R$35,00 o quilo.

A experiência virtual foi imposta e o abismo social se alargou ainda mais.

Performances sociais foram readaptadas e caminhamos pro fim de dezembro meio descrentes, meio esperançosos. Acredito que o próximo ano seja ainda mais barra pesada que esse. Com a pobreza batendo a porta e o desgoverno colocando a disputa política na frente das vacinas, vamos caminhando a passos largos pro abismo.

Por ora, quero agradecer a cada um dos meus leitores, seguidores, alunos, inscritos no meu canal pela confiança nas minhas palavras. Chego a um momento de recolhimento reflexivo sobre os erros e acertos pessoais de 2020 para pensar um 2021 mais pleno. De resto, é aquela mesma mensagem de sempre: Nossa humanidade é inegociável. Sem exceções, recortes ou poréns. Que o próximo ano possa ser mais digno para todes nós.

Aza Njeri

Instagram @azanjeri_