VOCÊ CONHECE OLIVEIRA SILVEIRA ?

OLIVEIRA SILVEIRA

OLIVEIRA SILVEIRA

Em 1941, nasceu em Touro Passo, no Rio Grande do Sul, um bebê que recebeu um sobrenome como nome:” Oliveira” . Entre seus antepassados, havia indígenas, negros e brancos.

O pequeno Oliveira lia e desenhava à luz do lampião, e estudava em um galpãozinho de chão batido e telhado de capim.

Seu pai, contrariando o lugar comum das atitudes conservadoras daquele tempo e local, não o obrigou a se dedicar às lidas do campo. Ao contrário: acolheu o amor pelas letras do filho mais velho.

Com essa atitude, abriu caminho para o nascimento de um grande poeta: Oliveira Silveira.

Touro Passo era um distrito de Rosário do Sul. Em Rosário, Oliveira deu os primeiros passos no rádio e no jornalismo para depois seguir para Porto Alegre, onde foi estudar em um colégio que fez história na capital gaúcha: o Julinho, apelido carinhoso do Colégio Estadual Júlio de Castilhos.

Depois, a partir do contato com o Movimento Negritude, da literatura negra de tradição francesa, nosso poeta conhece a obra de Aimé Césaire e Léopold Senghor, e entra na UFRGS para estudar letras.

Oliveira se forma, torna-se professor e segue sendo poeta, sem nunca deixar de ser um ativista. Uma de suas contribuições mais lembradas, junto ao Grupo Palmares, do qual foi fundador e integrante, foi a reivindicação do dia 20 de novembro com Dia da Consciência Negra.

No lugar do dia 13 de maio atribuído ao “gesto heroico da princesa”, o 20 de novembro é o dia atribuído à morte do líder Zumbi dos Palmares e dá ao povo negro o devido protagonismo na luta contra o racismo e a desigualdade.

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Oliveira publicou 10 livros de poesia, faleceu em 2009, aos 68 anos, e teve sua obra reunida pelo amigo e também poeta, Ronald Augusto, em 2012.

Muita gente no Brasil acha estranho quando se fala em população negra no Rio Grande do Sul. E ainda perpetua uma série de estereótipos relacionados à colonização europeia do estado. Para esses, deixo Oliveira responder.

 No Mapa
Pelo litoral
ficou
de norte a sul
nagô.
Ficou no Recife:
xangô.
Na Bahia ficou:
candomblé.
No Rio grande é o que?
– Batuque, tchê.
Filho de santo
de bombacha,
Ogum
comendo churrasco:
jeito
gaúcho
do negro
batuque.

Renato Farias

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