Apocalipse 1 :11

Apocalipse 1.11, 2000 foto de Sergio K/ Studio K

Apocalipse 1.11, 2000 foto de Sergio K/ Studio K

Em casa, sempre ouvi muito falar sobre o fim do mundo. Nas diversas fases religiosas da minha família.

Na arte, vi o fim do mundo traduzido do olhar do apóstolo João pelo grupo Vertigem, no espetáculo Apocalipse 1.11 no ano de 2000.

Uma das coisas mais impactantes que tive o prazer de ter como memória.

De certa forma, o fim do mundo sempre foi uma questão que residia no plano da imaginação ou do subjetivo. Algo alegórico ou simplesmente distante demais para ser visto como possível.

Hoje, quando vejo as notícias avassaladoras que recebemos todos os dias, eu me pergunto com susto e temor, se toda aquela subjetividade ou fantasia não se tornou realidade. E as vezes acho que sim!

Vivemos uma pandemia, que como o próprio nome indica, é um problema global. Todos os países do mundo com as mais variadas formas de política e administração públicas estão enfrentando esse problema. E enfrentam com maior ou menor êxito de acordo com as medidas tomadas pelos seus governantes e suas ideologias.

Mas eu não sei de nenhum outro país no mundo nesse momento, que encare as determinações da OMS como uma questão “pessoal” ou algo a ser ignorado porque no município de Rancho Queimado – SC a prefeita Cleci Veronezi (MDB) dá conta que a utilização de medicamentos SEM COMPROVAÇÃO DE EFICÁCIA CONTRA A DOENÇA, como a Ivermectina e Hidroxicloroquina, tiveram sucesso na redução de casos e mortes. Apesar dos dados disponíveis no próprio governo do estado mostrarem que a história é outra.

As vezes tenho a impressão, diante das questões de Covid 19 no Brasil, que estou vivendo um episódio de “Além da Imaginação”.

O país está dividido, polarizado e questões importantes como as medidas de saúde, são tratadas como opinião. Colocadas na plataforma do achismo com pontos de vista esdrúxulos sendo defendidos como liberdade de expressão.

Estamos mergulhados em uma realidade surreal onde por pura teimosia e negacionismo, vidas estão sendo perdidas por falta de uma vacina que JÁ EXISTE. E a necessidade incessante de repetir o óbvio parece nos mergulhar em um looping infernal e sem fim.

Parece que todos os ratos estão saindo dos esgotos como em uma passagem do apocalipse de João.

Loucos invadindo creches e matando crianças a facadas

O número de feminicídio aumentando cada vez mais

A vida humana sendo banalizada em nome da honra, da família sob os dizeres: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos! Mas um Brasil que não reflete todos os brasileiros e nem um Deus que atende e respeita a toda fé.

Vemos a besta tomando as mais variadas formas e abalando nossas esperanças e crenças com sorriso no rosto.

Sem contar o planeta que sucumbe a olhos vistos e a estupidez humana parece não se importar com o que virá como se houvesse para onde correr quando o fim se apresentar irreversível.

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Está difícil olhar para um dia lindo de outono e ainda manter a chama da fé viva e acesa.

Mas de acordo com as escrituras seria assim.

Justamente a nossa fé seria colocada a prova.

No caso não fé em Deus, mas na humanidade. Na nossa humanidade!

Que possamos ser fortes para passar por tamanha tormenta e provação.

Que possamos aprender com tudo o que estamos vivendo

Que possamos nos lembrar da nossa humanidade.

 Tatiana Tiburcio

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