Essencial
É difícil escrever diante do luto coletivo. Falar sobre qualquer assunto diante de 353 mil mortos e a fome alastrada me parece fútil.
O luto é uma experiência de perda que precisa ser vivida, pois é com ele que assentamos a ausência do outro.
Estamos no tempo da pausa, do silêncio e da resiliência. Quando perdemos alguém precisamos contar com a empatia das pessoas ao nosso redor, porque dói enterrar um ente querido. E dói mais ainda saber que sua vida teria sido preservada se o Brasil não fosse uma desgraça coletiva.
Após um ano de pandemia só consigo pensar no que é essencial para mim, para os meus, para as comunidades a que pertenço, para o planeta Terra. É essencial que busquemos o equilíbrio e vivamos o luto.
É essencial que façamos escolhas lúcidas diante do vírus, mas, sobretudo, é essencial saber que liberdade não existe sem responsabilidade e que, cedo ou tarde, a conta vem.
O que é essencial para você?
Aza Njeri
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Aza Njeri (Viviane Moraes) é doutora em Literaturas Africanas, pós-doutora em Filosofia Africana, pesquisadora de África e Afrodiáspora no que tange cultura, história, literatura, filosofia, teatro, artes e mulherismo africana.
Coordena o Núcleo de Estudos Geracionais sobre Raça, Arte, Religião e História do Laboratório de História das Experiências Religiosas (UFRJ), onde desenvolve pesquisa voltada para estudos afroperspectivados (Noguera, 2011) sobre África e Afrodiáspora, nas áreas de Arte, Religião, História e questões étnico-raciais. Também coordena o Núcleo de Filosofia Política Africana do Laboratório Geru Maa (UFRJ). Neste núcleo volta-se para os estudos filosóficos de textos políticos africanos e afrodiaspóricos. É professora nos cursos de graduação e pós-graduação de Engenharia e Psicologia na Universidade Geraldo Di Biasi.
Desenvolve trabalho de interface e crítica teatral e literária, com artigos críticos publicados em sua coluna semanal no site Rio Encena e na coluna quinzenal no Blog.G, além de integrar o premiado Segunda Black, o Grupo Emú e o Fórum de Performance Negra do Rio de Janeiro.
Enquanto artista trabalha a palavra como organismo vivo, tanto em seus poemas que integram a obra Rasgos (2017), quanto nas performances visuais que produz e nos seus textos dramatúrgicos e literários.
Possui o canal de divulgação e conhecimento afroperspectivados sobre África e Afrodiáspora no YouTube.