Mês da consciência negra: algumas reflexões

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Chegou o mês mais cansativo para pessoas negras no Brasil.

Novembro é aquele momento que negros são solicitados para falarem de racismo, experiências, práticas em tudo quanto é lugar, enquanto nos outros onze meses do ano, essa pauta não é discutida. 

Eu estudo África e Afrodiáspora há mais de quinze anos e perdi as contas de quantas vezes dediquei o meu tempo e energia Solar em eventos do mês de Zumbi. Com um discurso de educação antirracista, os pretos vão dando palestras aqui, participando de rodas de conversa ali, tudo isso, muitas vezes sem nenhuma ajuda de custo. Lembro que no pré-pandemia, nem o transporte alguns eventos queriam pagar.

Já estive em uma situação em que fui convidada para dar uma aula de duas horas para um público médio de cem pessoas e os organizadores, além de não me oferecem nenhum tipo de remuneração ou troca, ainda ficaram injuriados quando eu sugeri que fizessem um rateio e cada inscrito pagasse cinco reais para estar. Eles acharam um absurdo eu querer ser remunerada por duas horas de transmissão de conhecimento. Queriam que eu trabalhasse pela educação antirracista e visibilidade, pois o mês de novembro é sobre isso.

Achei a resposta deles um pouco neoescravocrata, e vocês?

Hoje estou mais atenta a essas explorações em nome de visibilidade. Se não tem dinheiro, tem que ter troca. Isso é princípio de Exu. Equilíbrio de forças.

Quando damos, precisamos repor a energia deslocada com novas energias. 

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Em conversa recente com Lúcia Udemezue, cientista social e produtora, ouvi a seguinte frase: “a prática antirracista começa com a remuneração dos negros convidados para ensinar a praticar o antirracismo”. 

No meu canal tem uma reflexão sobre o “20 de novembro” , nele aprofundo essa reflexão apresentada por aqui. 

Aza Njeri

Instagram @azanjeri_

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Lembrando que agora em Novembro temos a última turma desde ano de África e Diáspora, dias 23 e 24 de Novembro

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