Afinal, qual a origem da gastronomia brasileira?

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Você já se perguntou sobre a origem da gastronomia brasileira?

Será que veio dos nossos ancestrais, os índios? Ou foi construída quando o país foi colonizado? Portugueses? Holandeses? Negros? 

Ou até mesmo mais atualmente, com a vinda dos colonos pós guerras, por exemplo, italianos, japoneses, húngaros, árabes, espanhóis, alemães e poloneses?

A PERGUNTA A SE PENSAR É, QUAL A ORIGEM DA GASTRONOMIA BRASILEIRA? QUAL SUA IDENTIDADE E PERSONALIDADE?

A ideia deste artigo realmente é confundir, tirar um pouco nossa memória gustativa daquela regionalidade dos pratos e retroagir a uma origem mais precisa.

Creio que seja muito importante desmitificar a gastronomia de raiz, do Oiapoque ao Chuí, pois nosso país é continental, imenso geograficamente, com um ecossistema diversificado e pouco aproveitado. Daí posso começar a trazer o foco desse texto, na regionalidade, pois em cada região teremos características, ingredientes diversificados e originais daquela região.  

Por isso, é fundamental ao gastrônomo ou amante da boa mesa, fazer pesquisas, argumentar, buscar a origem, pois sem identidade, não há história!

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Mas vamos lá aos primeiros questionamentos, o que é tradicional? Quais foram as contribuições dos colonizadores para nossa cozinha regional? Quando que essa contribuição estrangeira fora introduzida no nosso dia-a-dia? Não temos certeza, mas podemos ver em todas as mesas brasileiras, como: a macarronada (italiana), a batata rosti (francesa), a salada de grão de bico (árabe). 

E a feijoada? Que muitos falam ser uma releitura do cassoulet ou cozido português, seria ela um prato tipicamente brasileiro? Mas não foi trazido pelos negros africanos? E agora? Tô confuso!

Então, pensando melhor, podemos chegar a um consenso! Se for pensar na origem brasileira humana, nossos ancestrais são os índios e é muito provável que a origem alimentar venha deles também.

Um ingrediente que está na mesa, quase que diariamente do brasileiro, é a mandioca, seja ela consumida, cozida, em farinha, em goma (tapioca), frita, ou fermentada (tucupi), porém pode ser consumida como bolos, mingais e pudins. Opa! 

Então devemos saudar a Mandioca realmente, um ingrediente brasileiro, transformador de nossa gastronomia!

Ah! Pera lá, não vamos esquecer, do milho, açaí, guaraná, dos peixes e do urucum, também cultuados na mesa indígena ancestral.

Mas o Brasil é grande meus queridos leitores, há muitos quilômetros a percorrer ainda, a muitas casas a visitar, pois observando grandes Chefs e pesquisadores, como Alex Atala, Ana Luiza Trajano, Paulo Machado, entre outros, que por muitos anos vem tentando desvendar a gastronomia brasileira, não apenas, no sentido de obter receitas antigas, mas de encontrar a essência, com produtos regionais que não há em nenhum canto do mundo, mas que tem um riqueza grandiosa, histórico e nutricionalmente. Ah, não vamos esquecer dos desbravadores da terra, produtores que realmente dão o suor para o alimento chegue aos quatro cantos do país e do mundo.

Voltando ao inicio, a base da gastronomia brasileira pode se dizer que vem dos costumes, festas e comemorações religiosas que foram herdados, como questionei no começo, será que toda essa introdução gastronômica estrangeira, já é uma tradição alimentar brasileira? Pois a nossa cozinha trivial é miscigenada e muito bem aproveitada, churrascos, feijoadas, tabules e macarronada, são encontrados facilmente em uma mesa tradicional familiar brasileira, seja aos domingos na casa da sogra, seja em uma festa de comemoração em uma data importante.

Como diz a famosa frase, somos brasileiros e não desistimos nunca!

Será que daqui a outros 500 anos, nosso costume alimentar será multicultural e a identidade da gastronomia brasileira será “tudo junto e misturado”?

Para finalizar, podemos ir ao debate, aceito sugestões e novas visões, pois tudo agrega quando se fala em Brasil, por aqui se tem de tudo e ao mesmo tempo parece que não se tem nada, como diz meu grande amigo Chef João Diamante: “Todos juntos, pela Gastronomia Brasileira”.

Chef Rafael Braga

Referências Bibliográficas:

CAMARA CASCUDO, Luis, da História da Alimentação no Brasil: pesquisa e notas, Belo Horizonte, Itatiaia, 1983.

CAMARA CASCUDO, Luis (e outros), Antologia da alimentação no Brasil, Rio de Janeiro, LTC, 1977.

RAFAEL BRAGA, COLUNISTA COLABORADORJANUARY 25, 2020


Mas vamos lá aos primeiros questionamentos, o que é tradicional? Quais foram as contribuições dos colonizadores para nossa cozinha regional? Quando que essa contribuição estrangeira fora introduzida no nosso dia-a-dia? Não temos certeza, mas podemos ver em todas as mesas brasileiras, como: a macarronada (italiana), a batata rosti (francesa), a salada de grão de bico (árabe). 

E a feijoada? Que muitos falam ser uma releitura do cassoulet ou cozido português, seria ela um prato tipicamente brasileiro? Mas não foi trazido pelos negros africanos? E agora? Tô confuso!

Então, pensando melhor, podemos chegar a um consenso! Se for pensar na origem brasileira humana, nossos ancestrais são os índios e é muito provável que a origem alimentar venha deles também.

Um ingrediente que está na mesa, quase que diariamente do brasileiro, é a mandioca, seja ela consumida, cozida, em farinha, em goma (tapioca), frita, ou fermentada (tucupi), porém pode ser consumida como bolos, mingais e pudins. Opa! 

Então devemos saudar a Mandioca realmente, um ingrediente brasileiro, transformador de nossa gastronomia!

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Ah! Pera lá, não vamos esquecer, do milho, açaí, guaraná, dos peixes e do urucum, também cultuados na mesa indígena ancestral.

Mas o Brasil é grande meus queridos leitores, há muitos quilômetros a percorrer ainda, a muitas casas a visitar, pois observando grandes Chefs e pesquisadores, como Alex Atala, Ana Luiza Trajano, Paulo Machado, entre outros, que por muitos anos vem tentando desvendar a gastronomia brasileira, não apenas, no sentido de obter receitas antigas, mas de encontrar a essência, com produtos regionais que não há em nenhum canto do mundo, mas que tem um riqueza grandiosa, histórico e nutricionalmente. Ah, não vamos esquecer dos desbravadores da terra, produtores que realmente dão o suor para o alimento chegue aos quatro cantos do país e do mundo.

Voltando ao inicio, a base da gastronomia brasileira pode se dizer que vem dos costumes, festas e comemorações religiosas que foram herdados, como questionei no começo, será que toda essa introdução gastronômica estrangeira, já é uma tradição alimentar brasileira? Pois a nossa cozinha trivial é miscigenada e muito bem aproveitada, churrascos, feijoadas, tabules e macarronada, são encontrados facilmente em uma mesa tradicional familiar brasileira, seja aos domingos na casa da sogra, seja em uma festa de comemoração em uma data importante.

Como diz a famosa frase, somos brasileiros e não desistimos nunca!

Será que daqui a outros 500 anos, nosso costume alimentar será multicultural e a identidade da gastronomia brasileira será “tudo junto e misturado”?

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Para finalizar, podemos ir ao debate, aceito sugestões e novas visões, pois tudo agrega quando se fala em Brasil, por aqui se tem de tudo e ao mesmo tempo parece que não se tem nada, como diz meu grande amigo Chef João Diamante: “Todos juntos, pela Gastronomia Brasileira”.

Chef Rafael Braga

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Referências Bibliográficas:

CAMARA CASCUDO, Luis, da História da Alimentação no Brasil: pesquisa e notas, Belo Horizonte, Itatiaia, 1983.

CAMARA CASCUDO, Luis (e outros), Antologia da alimentação no Brasil, Rio de Janeiro, LTC, 1977.