Quem é você?
Sempre parece estar
com a arma carregada
e apontada para mim.
Mas veja, olhe bem:
meu corpo não tem mais onde furar.
Agora só resta,
você queimar minha roupa.
- Sinhá.
Há quem diga que viver é se (des)construir diariamente e que uma das possíveis consequências para quem não se liga na existência da bolha em que habita, e na importância de transcender ela, é a própria destruição pela sociedade.
Parte desse processo de adquirir autoconhecimento e, assim, performar quem se é envolve reconhecer qual posição se ocupa entre os privilégios e os preconceitos pautados em diferenças sociais: entre o homem branco, rico, não deficiente, cisgênero e heterossexual e a mulher preta, pobre, deficiente, transgênero e homossexual, quem é você?
A partir disso, ok para nós, privilegiados, pois não é nossa culpa o fato de sermos; mas e aí, e os não privilegiados, é culpa deles? Em ambas as situações os indivíduos não merecem o que foi dado a eles, mas somente em uma delas vários deles são prejudicados. Como exemplo disso, podemos citar o tão conhecido áudio que virou meme da “Barbie fascista” que, por sua vez, só trabalha porque tem pai; mas e quem não tem pai, não trabalha? Logo, é justo que a gente devolva à sociedade o que não é devido a nós, ajudando a quem se pode, com o que se tem.
Outro ponto importante dessa narrativa é se colocar como aliado de quem tanto sofre com tais desigualdades e, não, como competidor. Por vezes, tentamos levianamente dissertar sobre questões que não vivemos, ocupando momentos de fala e lugares que foram negados às pessoas invisibilizadas. Bora disponibilizar os espaços, democratizar os acessos e utilizar nossa visibilidade em favor do outro?
E pra fechar essa incrível experiência que é escrever para um público que tem interesse em questões relacionadas ao bem estar do outro: humanos são seres sociais e isso significa que possuímos a necessidade formar sociedades para viver. No entanto, penso que a mais qualitativa vida que qualquer um pode ter é em uma sociedade na qual os seres respeitam e valorizam a diferença. Afinal, lutar pelo bem estar de cada indivíduo é assegurar que o mesmo contribua em sua melhor forma para a sociedade em que nós vivemos, é lutar pelo nosso bem estar.
Pedro Henrique
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PEDRO HENRIQUE