Terrorismo Ocidental: quando a liberdade justifica a violência

Mesmo que não ocorra de maneira direita, não é um fato estranho à geopolítica internacional a presença do Ocidente em invasões e conflitos muitas vezes induzidos por discursos pautados em conceitos de liberdade e democracia ocidentais.

Atualmente drones e guerras são considerados meios de “salvar” aqueles que precisam da segurança ocidental, proporcionada pelos Estados Unidos.
Na última semana o país do Capitão América matou, no Afeganistão, Ayman al-Zawahiri, líder e um dos fundadores da Al-Qaeda, egípcio, parceiro de Osama Bin Laden, pensador do jihadismo e da política internacional.

A relação entre Estados Unidos e Al-Qaeda é histórica, porém cabe ressaltar que, nesse episódio, mais uma vez a “guerra ao terror” foi acionada para legitimar o uso de drones com a intenção de supostamente solucionar conflitos quando, na realidade, o que se ocorreu foi interferência dos Estados Unidos em questões políticas de outros Estados.

A “Guerra ao Terror”, portanto, escamoteia e disfarça o terrorismo ocidental que opera em diversos lugares do mundo provocando sofrimento em suas populações. No mesmo sentido, o Jihadismo vem sendo utilizado por Israel como justificativa para novamente atacar Gaza - Palestina com seus armamentos pesados.

A agressão sionista na Palestina sitiada, ocorrida nessa primeira semana de agosto, culminou com a morte de quinze crianças palestinas e foi igualmente justificado a partir do discurso do combate ao terrorismo.

Autoridades ucranianas rapidamente demonstraram seu apoio a Israel nos ataques mencionados, evidenciando seu posicionamento político e demonstrando também que, no jogo da política internacional, conceitos como Ocidente, Oriente, Norte e Sul Global não se limitam a uma questão meramente geográfica, mas sobretudo geopolítica, aclarando as alianças estabelecidas.

Recentemente, em 27 de agosto do presente ano, Nancy Pelosi, Presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, ao visitar Taiwan ampliou ainda mais o já espantoso mal estar estabelecido na geopolítica internacional.

Após a visita de Pelosi à Taiwan, a China aplicou sanções ao país e disparou mísseis derecionados à região. Também nesse episódio foi possível apreender a contumaz despreocupação e desrespeito, por parte dos Estados Unidos, ao princípio da não-interferência, sobretudo em regiões que reúnem um histórico de crises decorrentes de interesses políticos e econômicos divergentes.


Esse breve artigo pretendeu demonstrar, de forma suscinta, como o Ocidente, mormente os Estados Unidos, através de um discurso pautado na salvação daqueles Estados que não convergem com seus ideais de “liberdade” e “democracia”, promovem conflitos e guerras tendo em vista apenas seus interesses políticos e principalmente econômicos, considerando tratar-se de uma potência armamentista e bélica.

O problema torna-se ainda mais grave uma vez que o Terrorismo Ocidental, como definiu Noam Chomsky, não é questionado, pois conta com um grande aparato midiático que promove uma intensa propaganda para fazê-lo parecer uma legítima e bem intencionada luta norte-americana numa cruzada pela liberdade dos povos “oprimidos”.

Maiara Amaral

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